sábado, 12 de abril de 2008
Todas as vozes, todas!
Já faz algum tempo que venho refletindo bastante sobre a América Latina. Minha reflexão tornou-se mais assídua quando comecei a ler um livro do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, chamado “As Veias Abertas da América Latina”. Neste livro, o autor propõe-nos uma análise minuciosa de toda a história Americana e como o nosso continente tornou-se tão subdesenvolvido e atrasado como o conhecemos hoje.
Não posso negar que sempre fui apaixonada por tudo que tivesse origem latina. A cultura, a raça, a mistura, enfim, a luta pela sobrevivência sempre me encantaram. Vivemos uma realidade de pobreza, condições sub-humanas de vida, exploração e desgaste de nossos recursos mais preciosos. E mesmo assim lá estão os povos latino-americanos de cabeça erguida, batalhando pela valorização da vida e por dias melhores. Isso é que é determinação.
As causas para todas essas situações podem ser facilmente encontradas ao longo de nossa história. Desde o momento que os primeiros portugueses chegaram na América, iniciou-se um ciclo que prolonga-se até a atualidade. Em seu livro, Galeano diz que “o desenvolvimento desenvolve a desigualdade”. No caso da América julgo ser a mais pura verdade, visto que as antigas civilizações que aqui existiam reduziram-se à comunidades desiguais, sociedades acabadas e pessoas esgotadas.
E o que fazer frente a todo este cenário negativo? O primeiro passo é a unificação. Não falo de unificação territorial, mas sim de ideais. Porque se não comungarmos de objetivos em comum a mudança se distanciará cada vez mais de nós. Acredito que essa é a etapa mais difícil mas, se superada, trará mudanças positivas como conseqüência. O caminho é longo e cheio de obstáculos, porém ultrapassá-lo é a única maneira de fechar as veias americanas que há muito tempo permanecem abertas.
Anna Maria Colameo
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2 comentários:
Um bom ponto de questionamento Anna. Realmente a história latino-americana sempre foi muito convulsiva, desde o massacre dos povos indígenas pela força da "cruz e espada" ibérica, até a dominação expansionista Inglesa e o imperialismo norte americano.
Mas seria discutível qualquer forma de integração latina. Integrar-se com países de regimes tão díspares como o socialismo Venezuelano de Chavez e o modelo Chileno não seria uma tarefa tão fácil. Será que existe um real interesse de integração, ou essa quastão fica só no discurso?
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