sábado, 12 de abril de 2008

Todas as vozes, todas!


Já faz algum tempo que venho refletindo bastante sobre a América Latina. Minha reflexão tornou-se mais assídua quando comecei a ler um livro do escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, chamado “As Veias Abertas da América Latina”. Neste livro, o autor propõe-nos uma análise minuciosa de toda a história Americana e como o nosso continente tornou-se tão subdesenvolvido e atrasado como o conhecemos hoje.


Não posso negar que sempre fui apaixonada por tudo que tivesse origem latina. A cultura, a raça, a mistura, enfim, a luta pela sobrevivência sempre me encantaram. Vivemos uma realidade de pobreza, condições sub-humanas de vida, exploração e desgaste de nossos recursos mais preciosos. E mesmo assim lá estão os povos latino-americanos de cabeça erguida, batalhando pela valorização da vida e por dias melhores. Isso é que é determinação.

As causas para todas essas situações podem ser facilmente encontradas ao longo de nossa história. Desde o momento que os primeiros portugueses chegaram na América, iniciou-se um ciclo que prolonga-se até a atualidade. Em seu livro, Galeano diz que “o desenvolvimento desenvolve a desigualdade”. No caso da América julgo ser a mais pura verdade, visto que as antigas civilizações que aqui existiam reduziram-se à comunidades desiguais, sociedades acabadas e pessoas esgotadas.

E o que fazer frente a todo este cenário negativo? O primeiro passo é a unificação. Não falo de unificação territorial, mas sim de ideais. Porque se não comungarmos de objetivos em comum a mudança se distanciará cada vez mais de nós. Acredito que essa é a etapa mais difícil mas, se superada, trará mudanças positivas como conseqüência. O caminho é longo e cheio de obstáculos, porém ultrapassá-lo é a única maneira de fechar as veias americanas que há muito tempo permanecem abertas.

Anna Maria Colameo

sábado, 29 de março de 2008

Um pouco mais sobre Hitler e Nazismo


Na última semana Hitler e o período Nazista voltaram às manchetes com a divulgação de que um tesouro nazista, o Salão de Âmbar, estaria enterrado sob a cidade de Deutschneudorf, na fronteira com a República Checa. O suposto tesouro teria sido roubado dos russos durante a Segunda Guerra Mundial, e contaria com 2 toneladas de ouro, obras de arte e outros objetos valiosos.

Esse episódio traz à tona o interesse do Fürer por obras de arte e relicários, e dá subsídio para uma análise do período em que a Alemanha experienciou o Nazismo sob o viés do comportamento de Hitler, e não somente pela justificativa de sua megalomania e impiedosidade, que o teriam levado a cometer tantas atrocidades.

É inaceitável associar Hitler e suas ambições ao ideal de beleza e arte, visto que a época em que a Alemanha foi por ele conduzida é tida como uma mancha na história. Porém, para o líder Nazista seus ideais eram a salvação da Alemanha, e posteriormente da humanidade, e estavam diretamente relacionados ao conceito – ao menos para ele – de arte e beleza.

Hitler, por estranho que pareça, sempre teve uma estreita relação com as artes. Pintor frustrado (aos 18 anos foi recusado na Academia de Artes de Viena) sempre sonhou em ser arquiteto, e tinha verdadeiro fascínio pela obra de Wagner, compositor alemão com idéias anti-semitas, defensor do mito do Sangue puro.

Os conceitos de arte e cultura de Hitler o levaram a crer que a Alemanha precisava ser higienizada, a fim de ser o expoente para um mundo norteado pelo ideal estético de raça pura.

O cenário político alemão levou Hitler ao poder, e com ele a instauração do ideário Nazista, fundamentado na obra Mein Kampf (Minha Luta) que ele escrevera na prisão, e que conseguiu grande aceitação entre a população, devido aos discursos abertos ministrados pelo partido Nazista, onde Hitler conseguia massiva aceitação popular, decorrente da sua oratória impecável.

Ao mesmo tempo, Hitler travou uma cruzada contra a arte bolchevista moderna, predominante na época, que ele considerava depravada e a caracterizava como “arte degenerada”, uma vez que os traços da pintura moderna eram predominantemente deformados.

Hitler tratou, então, de destruir o “Bolchevismo Cultural”, pois o considerava uma ameaça ao conceito de estética e ao ideal de raça Ariana, segundo o qual o ser humano deveria ser retratado com beleza e perfeição, como na Antigüidade Clássica. Para ele a degeneração das feições humanas no modernismo seria um presságio do que poderia ocorrer com a miscigenação racial, e deveria ser interrompida a tempo.

Uma das justificativas para o anti-semitismo de Hitler, era que os Judeus instigavam o Bolchevismo Cultural. Nesse sentido, determinou que eles deveriam ser exterminados, por espalharem a arte degenerada, assim como os ratos disseminavam as pragas e epidemias. Baseado nisso, Hitler deu início à limpeza étnica, destinada aos Judeus, aos miscigenados e aos portadores de deformações e doenças incuráveis. O massacre a esses grupos ocorreu porque segundo os ideais de Hitler, só assim seria possível limpar a Alemanha e preservar a raça e cultura Ariana.

João Marcos Tatim

quarta-feira, 5 de março de 2008

Diplomatas Corporativos?

O que definiria exatamente um Diplomata Corporativo? Sua simpatia por multilínguas? Seu fascínio pela diversidade étnica? A vontade de estreitar os laços de fronteiras tão peculiares? Ou simplesmente alguém com instinto empreendedor em busca de uma oportunidade inovadora? Um talentoso pesquisador, talvez. Um exímio analista, quem sabe.

O Diplomata Corporativo é alguém multifacetário.
Antenado nas notícias e interessado em suas conseqüências, sempre busca entender os problemas e fatos que norteiam esse mundo tão incerto.
É alguém que tem ciência da complexidade de nossas relações inter-continentais, mas que acredita firmemente no potencial humano.
Aquele que critica a burocracia, a corrupção, a tirania. Aplaude a solidariedade, o fomento da riqueza, a extinção da miséria, e a proteção do meio em que vivemos.

Esse futuro profissional traz consigo a pretensão de tornar esse mundo um lugar mais sadio, tanto nos negócios quanto na diplomacia em si.

Um brinde a nós, diplomatas.

Caroline Martins